Curdos sírios apoiados pelos EUA tomam controle da cidade de Deir el-Zor, no leste da Síria, diz agência

  • 06/12/2024
(Foto: Reprodução)
O chefe das forças curdas declarou, nesta sexta-feira (6), que está disposto a dialogar com os rebeldes islamistas, que realizam uma ofensiva relâmpago no país. Rebeldes entrando em Hama, que conquistaram após ofensiva nesta quinta (5) REUTERS/Mahmoud Hasano Curdos sírios apoiados pelos Estados Unidos tomaram o controle da cidade de Deir el-Zor, no leste da Síria , nesta sexta-feira (6), segundo informações dadas por duas fontes de segurança à agência de notícias Reuters. O chefe das forças curdas declarou, nesta sexta-feira (6), que está disposto a dialogar com os rebeldes islamistas, que realizam uma ofensiva relâmpago no país. "Queremos uma desescalada com o Hayat Tahrir al Sham (HTS) e outras partes, e que nossos problemas sejam resolvidos através do diálogo", declarou à imprensa Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias, que controlam áreas inteiras do nordeste do país. Na opinião de Abdi, o rápido avanço dos rebeldes dominados pelo HTS do norte da Síria em direção ao centro traz "uma nova realidade política e militar" na Síria. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Mais cedo, o diretor da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), revelou que as forças sírias e seus aliados apoiados pelo Irã haviam se retirado "repentinamente" de Deir el-Zor. "As forças do regime sírio e os combatentes dos grupos aliados apoiados pelo Irã se retiraram repentinamente da cidade e de suas imediações, com colunas de soldados seguindo para o centro da Síria", declarou. A situação na Síria O Hezbollah afirmou nesta sexta-feira (6) que enviou à Síria um "pequeno número" de soldados para lutar ao lado das tropas do ditador sírio Bashar al-Assad na cidade de Homs, cercada pelos rebeldes que fazem uma nova ofensiva que reacendeu conflito de 13 anos no país. Rebelde do grupo Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) durante incursão na cidade de Aleppo, em novembro de 2024. Mahmoud Hasano/ Reuters Nesta sexta, os rebeldes, que tentam derrubar o regime de Assad, avançavam em direção a Homs após conquistar a cidade estratégica de Hama. Em paralelo, tiros foram ouvidos perto do palácio presidencial na capital Damasco, e a Rússia, aliada do ditador sírio, pediu que seus cidadãos deixem o país do Oriente Médio. E a Jordânia, país que faz fronteira com a Síria, fechou todos os acessos ao país vizinho. Embora seja sediado no Líbano, de onde luta contra Israel, o Hezbollah também tem frentes em conflitos internacionais e vinha apoiando as forças sírias. O grupo extremista perdeu força desde o início da guerra que trava com Israel, mas, mesmo assim, deslocou tropas de elite para a Síria, segundo membros do Exército libanês ouvidos pela agência de notícias Reuters. As tropas do Hezbollah tentarão conter, ao lado do Exército sírio, os rebeldes do movimento Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) que, nesta manhã, se aproximavam da cidade, a quarta maior do país. A ofensiva dos rebeldes reacendeu a guerra na Síria, que acontece desde 2011. O conflito estourou durante manifestações da Primavera Árabe que começaram a pedir a derrubada do regime de Asad e foram duramente reprimidas pelo Exército. Grupos rebeldes entraram então em conflito com as forças de Asad, que perdeu o controle de alguns territórios mas conseguiu se manter no poder, principalmente pelo apoio da Rússia e do Irã, seus aliados. O líder dos rebeldes islamistas sírios declarou ao canal CNN que o "objetivo" de sua ofensiva relâmpago na Síria é "derrubar" o governo do presidente Bashar al-Assad. "Quando falamos de objetivos, a finalidade da revolução continua sendo derrubar este regime. Temos o direito de utilizar todos os meios disponíveis para alcançar esta meta", declarou Abu Mohamed al-Jolani em uma entrevista à publicada nesta sexta-feira (6). Assad prometeu recorrer à força para eliminar "o terrorismo", mas suas tropas estão sofrendo derrotas sucessivas em diversas cidades do país e sendo forçadas a recuar em direção à capital Damasco. O comandante dos rebeldes afirmou nesta sexta que está coordenando com a Rússia, que apoia o governo sírio, e os Estados Unidos o desenvolvimento do conflito. LEIA TAMBÉM: O que se sabe sobre o avanço surpresa de grupos rebeldes na guerra da Síria O que ofensiva rebelde na Síria significa para o Oriente Médio e por que é cedo para declarar derrota de Bashar al-Assad Quem são os rebeldes que assumiram controle de Aleppo em meio a bombardeios russos População deslocada Os combates entre rebeldes e as forças sírias provocaram o deslocamento de 280 mil sírios desde 27 de novembro, devido ao avanço dos grupos islamistas na Síria, informou a ONU nesta sexta-feira (6), com o alerta de que o número pode chegar a 1,5 milhão. "O número que temos é de 280.000 pessoas desde 27 de novembro. Está atualizado até a noite de ontem. Não inclui o número de pessoas que fugiram para o Líbano durante a recente escalada" dos combates entre Hezbollah e Israel, declarou Samer AbdelJaber, diretor de coordenação de emergências do Programa Mundial de Alimentos, durante uma entrevista coletiva em Genebra.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/12/06/curdos-siria.ghtml


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